domingo, 1 de março de 2009

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28 de fevereiro de 2009



Eurípedes Alcântara

Diretor de Redação

Caro leitor,

atendendo a pedidos de alguns leitores que preferem a versão com o índice completo da revista sem meus comentários, passo a publicar aqui no começo o link.

Na volta dos feriados do Carnaval tomei a decisão, em conjunto com os editores executivos, de mudar a reportagem de capa que tínhamos planejado. A idéia original era colocar na capa a reportagem sobre a iminente votação pelo Senado do projeto que prevê a instituição de cotas raciais nas universidades federais. Preferi dar como capa uma reportagem ousada sobre as razões que nós brasileiros temos para estar otimistas com o desempenho da economia brasileira em 2009.

"Otimismo contido", ressalta a reportagem, "mas ainda assim reflexo realista de uma situação radicalmente melhor do que a enfrentada pela maioria dos países em sua luta para navegar sob as intempéries da crise."

Com ajuda de alguns dos mais brilhantes economistas brasileiros, o editor executivo de Economia, Marcio Aith, chegou a uma lista com uma dezena de razões para estarmos otimistas com a possibilidade de atravessar a crise mundial de 2009 apenas com pequenos arranhões – e com chances boas de emergir em 2010 com crescimento robusto:

1) Reservas de 200 bilhões de dólares intocadas depois de seis meses de crise

2) Bancos competentes, regulados, com baixa exposição a riscos e provisionados contra calotes

3) Ausência de bolhas de crédito e imobiliária, com potencial de crescimento real nesses setores

4) Mercado interno forte, crescendo em poder de compra e em proporção da população

5) Matriz energética mais "verde" do mundo, com independência do petróleo importado

6) Estabilidade política, em que a democracia foi entronizada como patrimônio nacional

7) Estabilidade econômica e arcabouço regulatório imperfeito mas previsível

8) Maior exportador de alimentos do mundo, o que garante vendas externas volumosas em qualquer cenário

9) Mercado externo diversificado, com compradores em todo o mundo e mercadorias de crescente valor agregado

10) As mesmas projeções que apontam estagnação no mundo projetam crescimento do PIB do Brasil em 2009

No campo político, nossa melhor reportagem desta semana, que também concorreu para a capa, trata da luta de políticos pelo controle da chave do cofre. Exatamente como denunciado pelo senador Jarbas Vasconcelos, explodiu na semana passada uma briga de morte entre políticos do PT e do PMDB pelo controle de um fabuloso monte de dinheiro público, uma riqueza bem especial pois de fácil manipulação e difícil controle. Trata-se do Real Grandeza, fundo de pensão dos funcionários da estatal Furnas e da Eletronuclear. A razão da cobiça? Apesar de também ser bancado com dinheiro público, o patrimônio do Real Grandeza é tecnicamente privado. Isso permite que seus dirigentes manipulem investimentos de 6,5 bilhões de reais sem a fiscalização de órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União (TCU). Sopa no mel.

A reportagem sobre cotas vai dar polêmica na certa. Aparentemente, trata-se de uma reparação histórica aos negros descendentes de escravos no Brasil a idéia de dar-lhes acesso privilegiado às universidades federais, em detrimento do mérito acadêmico de cada indivíduo. A questão não tem solução fácil e sobre ela o Senado Federal dará seu voto nas próximas semanas. Abordamos a questão em todas as suas facetas e concluímos que, sempre que o denominador comum foi a raça, as sociedades em todos os tempos históricos e geográficos produziram aberrações e injustiças ainda maiores do que as que pretendeu consertar.

Aliás, a meu ver, mais duas reportagens poderiam também ter sido elevadas à categoria de capa. Uma delas explica os novos e surpreendentes contratos de divisão de bens entre casais que estão se popularizando no Brasil. A outra é uma investigação sobre o recrudescimento das ações criminosas dos militantes do MST no interior de São Paulo e em Pernambuco, prenúncio de como esses grupos de fora-da-lei podem infernizar o país a partir de 2010 caso as eleições presidenciais apontem como vencedor um nome menos simpático a suas retrógradas bandeiras.

Imperdíveis também as Páginas Amarelas com o eterno rei do futebol, Pelé, que se vê como "o exemplo" para as atuais gerações de craques desse esporte. Aos 68 anos, longe da bola desde 1977, o rei ainda desfruta fama mundial que rivaliza com a de nomes meteóricos como Barack Obama, presidente americano, com quem Pelé promete, magnânimo, "tomar um café assim que ele estiver mais calmo", como fez com John Kennedy, Richard Nixon e Bill Clinton. Este é o Pelé.

São esses, caro leitor, os assuntos que mais me motivaram a comentar. Espero que tenham gostado.

Se quiser mandar-me comentários, sugestões e críticas, por favor, use o endereço
diretorveja@abril.com.br

Um forte abraço e até a próxima semana,


Eurípedes Alcântara

Diretor de Redação

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