quarta-feira, 29 de abril de 2009

Veja

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25 de abril de 2009



Eurípedes Alcântara

Diretor de Redação

Caro leitor,

é ótimo voltar a me dirigir a você, mas se quiser ir diretamente ao índice completo da revista o link é este: http://veja.abril.com.br/newsletter/newsletter.html

Com enorme alegria registro a volta de Augusto Nunes a VEJA. Entrou no ar na semana passada a coluna dele em Veja.com, uma experiência nova e rica para todos nós. É mais que um blog, mais que uma página na web. É uma revista com atualização diária ou a qualquer hora, antenada com o momento presente mas que revisita sempre o passado, um luxo em país sem memória como o nosso. Achei sensacional a enquete proposta por ele para os leitores escolherem o "Homem sem Visão" do mês. Adivinhe quem está liderando a votação? Bem, minha sugestão é que você vá lá conferir e dar seu voto. Para quem não sabe, Augusto Nunes foi redator-chefe de VEJA. Ele saiu para dirigir a redação do Jornal do Brasil. Depois dirigiu O Estado de S. Paulo e o jornal Zero Hora, de Porto Alegre. Augusto volta após 22 anos melhor do que saiu. Seja bem-vindo, Augusto.

Conto aqui uma boa história sobre como chegamos à decisão da imagem da capa de VEJA desta semana. Como não poderia deixar de ser, a capa teria de ser uma reportagem que refletisse a indignação geral dos brasileiros com os desmandos dos deputados e senadores. O Congresso parece ter se transformando em clube fechado em que alguns poucos privilegiados vivem nababescamente gastando nosso suado dinheiro – não custa repetir, dinheiro das pessoas que trabalham cinco meses do ano apenas para pagar os impostos que financiam as farras de suas excelências. Sim, essa seria a reportagem de capa, com toda a certeza. Mas que imagem traduziria melhor nossa indignação? O resultado final é surpreendente, como você pode ver. Optamos por estampar a urna eletrônica como se ela fosse o reservatório de água de uma descarga sanitária. Dela, pende aquela correntinha que nos sistemas mais antigos abria a válvula de liberação da água. A imagem escolhida significa que cabe ao eleitor usar a urna eletrônica de modo que o voto empurre para o esgoto os parlamentares que desonram sua missão. Só assim se pode limpar o Congresso sem ações que ponham em risco a democracia. Tudo indica que escândalos ainda mais desmoralizantes do que o "caso das passagens" vão ser revelados nas próximas semanas. Alguns poucos parlamentares de bem terão de lidar com toda essa sujeira e, de alguma forma, eles precisarão ser ajudados pela opinião pública. O erro fatal aqui será igualar todos a seus piores colegas e, o corolário disso, descrer da democracia.

Dizem, com acerto, os manuais de jornalismo que é preciso dar a conhecer ao leitor os dois lados de uma disputa sobre a qual se faz uma reportagem. Mas é um erro confundir essa máxima com a obrigação de ser totalmente neutro em relação aos fatos relatados. VEJA tem como uma de suas missões "não se esconder sob a capa da neutralidade". A explosão de temperamento do ministro Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada e sua altercação com o presidente da casa, Gilmar Mendes, representam um desses eventos que exigem uma tomada de posição clara. Os fatos são do conhecimento de todos. O vídeo do diálogo áspero travado entre Barbosa e Mendes foi ostensivamente exibido pelos telejornais durante toda a semana. VEJA relata o caso em uma reportagem que, com toda a clareza e transparência, mostra as tensões latentes entre os dois ministros mas condena a atitude de Joaquim Barbosa. Seu erro? Acusar Mendes de ter "capangas" sem ter disso a mais mínima prova e apenas por ter lido em panfleto partidário uma nota a respeito. Um ministro do STF não pode se irritar daquela maneira, tampouco dar notoriedade a um boato de rua contra o presidente da casa durante uma sessão oficial. Pode fazer isso nas rodas de chope. Bem, logo Joaquim Barbosa, um dos mais cultos, elegantes, corajosos e independentes ministros do STF. Uma pena. Se o próprio STF começar a deixar as emoções embaçar a visão cristalina dos fatos, a quem os brasileiros agravados poderão recorrer como última instância?

Por falar em fatos e na necessidade de que eles sejam aferidos com a maior acuidade possível, vale a pena ler a reportagem de André Petry, correspondente de VEJA em Nova York, sobre as agruras por que passa o grande jornal americano The New York Times. Diz Petry: "Bíblia do jornalismo americano, o New York Times está sufocado por dívidas, pela recessão e pela internet – e, se falir, poderá marcar o começo de uma era perturbadora na qual os jornais seriam irrelevantes"

Finalmente, destaco a extraordinária coluna de Diogo Mainardi sobre a inexplicável simpatia da diplomacia brasileira com Ahmadinejad, o líder iraniano que visitará Brasília em breve. Escreve Diogo: "Mahmoud Ahmadinejad desembarca no comecinho de maio. Ele foi convidado por Lula. Uma semana atrás, num congresso da ONU, o presidente iraniano acusou Israel de racismo. Dois dias mais tarde, voltou ao assunto, acusando Israel de praticar limpeza étnica e o assassinato em massa dos palestinos. Ele já anunciou qual é a sua proposta: eliminar Israel da face da Terra".

O editor executivo Carlos Graieb comenta reportagens de Artes & Espetáculos


Clique na imagem para assistir ao vídeo

Meu caro leitor, fico por aqui.

Se quiser mandar-me comentários, sugestões e críticas, por favor, use o endereço
diretorveja@abril.com.br

Um forte abraço e até a próxima semana,


Eurípedes Alcântara
Diretor de Redação

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